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Benjamin Franklin

Benjamin Franklin foi a mais nova de 17 crianças nascidas dos dois casamentos de Josiah Franklin, comerciante de velas de cera. Aos dez anos já trabalhava com o pai na fabricação de sabão e aos doze passa a trabalhar na gráfica com seu irmão James, onde produziam o "The New England Courant", em Boston.

Tipógrafo, moralista, ensaísta, líder cívico, cientista, inventor, estadista, diplomata, filósofo e herói da independência norte-americana, cujas atividades intelectuais abrangeram os mais variados ramos do conhecimento humano, das ciências naturais, educação e política às ciências humanas e artes. 

 Mudou-se para a Philadelphia (1723), onde trabalhou como impressor e iniciou-se, nas horas de folga, nas letras e nas ciências. Aprendeu idiomas e a tocar vários instrumentos. 

Conseguiu construir sua própria gráfica (1730) e fundou o jornal The Pennsylvania Gazette, mais tarde o Saturday Evening Post e, com o pseudônimo Richard Saunders, editou o Poor Richard's Almanac, coletânea de anedotas e provérbios populares. 

Foi também um dos fundadores da Universidade da Pensilvânia, onde ergueu o primeiro hospital público da colônia que seria os Estados Unidos.

Em 1748, vendeu a editora para se tornar cientista em tempo integral. 

Autodidata, aprendeu francês e o latim, e seu primeiro livro científico de sucesso foi Experiments and observations on electricity (1751), de grande repercussão nas colônias e na Europa. Realizou (1752) a sua famosa experiência de empinar um papagaio durante uma tempestade, comprovando assim que o raio é uma descarga elétrica e inventando, assim, o primeiro pára-raios. Criou a denominação de eletricidade positiva e negativa e outros termos técnicos que ainda hoje são usados, como bateria e condensador. Fora do contexto, inventou os óculos bifocais (1760). Como membro da Assembléia da Pensilvânia, no congresso de Albany (1754), apresentou um plano de união das colônias inglesas.

Chico Xavier

Francisco Cândido Xavier nasceu em Pedro Leopoldo (MG), no dia 2 de abril de 1910. Filho de operário inculto e de humilde lavadeira, ficou órfão de mãe aos cinco anos de idade. Seu pai se viu obrigado a entregar alguns dos seus nove filhos aos cuidados de pessoas amigas e Chico Xavier ficou com sua madrinha, mulher nervosa que o maltratava cruelmente. Nos seus momentos de angústia, um anjo de Deus, que fora sua mãe na Terra, o assistia, quando, desarvorado, orava nos fundos do quintal: "Tenha paciência, meu filho! Você precisa crescer mais forte para o trabalho. E quem não sofre não aprende a lutar". O menino aprendeu a apanhar calado, sem chorar.

Diariamente, à tarde, com vergões na pele e o sangue a correr-lhe em delgados filetes pelo ventre, ele, de olhos enxutos e brilhantes, se dirigia para o quintal, a fim de reencontrar a mãezinha querida, vendo-a e ouvindo-a, depois da oração. Algum tempo depois, terminou seu martírio. Seu pai casou-se novamente e sua madrasta, alma boa e caridosa, o recolheu carinhosamente, a ele e a todos os irmãos que estavam espalhados. 

A situação era difícil. A guerra acabara e graçava a gripe espanhola. O salário do chefe da família dava escassamente para o necessário e os meninos precisavam estudar. Foi então que a boa madrasta teve uma idéia: plantar uma horta e vender os legumes. Em algumas semanas, o menino já estava na rua com o cesto de verduras. Desta forma, conseguiram encher o cofre e voltar a frequentar as aulas. 

Em janeiro de 1919 Chico Xavier começou o ABC. Com a saída do chefe da casa para o trabalho e das crianças para a escola, a madrasta era obrigada, algumas vezes, a deixar a casa a sós, pois precisava buscar lenha à distância. Foi então que surgiu um problema: a vizinha, se aproveitando da ausência de todos, passou a colher a verduras e, sem verduras, não haveria dinheiro para as despesas da escola. Preocupada, a madrasta, não querendo ofender a amiga, pediu a Chico Xavier que, pedisse um conselho ao espírito de sua mãe.

Allan Kardec

Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon, França, em 3 de outubro de 1804. Estudou em Yverdun (Suíça) com o célebre Johann Heinrich Pestalozzi, de quem se tornou um eminente discípulo e colaborador. Aplicou-se à propaganda do sistema de educação que exerceu tão grande influência sobre a reforma dos estudos na França e na Alemanha. Lingüista insigne, falava alemão, inglês, italiano, espanhol e holandês. Traduziu para o alemão excertos de autores clássicos franceses, especialmente os escritos de Fénelon (François de Salignac de la Mothe).

Rivail, o educador

Fundou em Paris – com sua esposa Amélie Gabrielle Boudet – um estabelecimento semelhante ao de Yverdun. Escreveu gramáticas, aritméticas, estudos pedagógicos superiores; traduziu obras inglesas e alemãs. Organizou, em sua casa, cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia comparada.

Membro de várias sociedades sábias, notadamente da Academia Real de Arras, foi premiado, por concurso, em 1831, com a monografia Qual o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades da época? Dentre as suas obras, destacam-se: Plano apresentado para o melhoramento da instrução pública (1828); Curso prático e teórico de aritmética (1829, segundo o método de Pestalozzi); e Gramática francesa clássica (1831).

Jacques Le Goff

Ainda menino, aluno em Toulon, cidade do sul da França onde nasceu em janeiro de 1924, o futuro historiador Jacques le Goff encontrou o seu destino. Depois de ter lido Ivanhoé, a mais famosa novela histórica de Walter Scott, nunca mais deixou de interessar-se pela Idade Média. A tal ponto que, ao completar 80 anos em 2004, foi universalmente reconhecido, juntamente com Georges Duby e Le Roy Ladurie, como um dos maiores Medievalista da França do após-Segunda Guerra Mundial.

Um homem da elite pensante

Castelo d´Usse, no Loire Jacques Le Goff pertence ao supra-sumo da elite intelectual francesa. Sua carreira desde os primeiros bancos escolares até os escalões superiores, foi uma crônica de ascensão intelectual e institucional. Estudou na Escola Normal Superior de Paris, centro de formação dos quadros do magistério francês, depois de ter completado os primeiros anos escolares no não menos famoso Liceu Louis-le Grand, na qual entrou em 1944, época em que Jean-Paul Sartre, outro egresso da Escola Normal tornava-se o ex-aluno mais famoso da França e um dos primeiros filósofos do mundo do após- Segunda Guerra Mundial.

Era uma época de grandes mudanças e a pesquisa histórica não podia ficar longe delas. Na França, desde os finais dos anos vinte, crescia em influência a chamada École des Annales, liderada por um pequeno grupo de historiadores reformistas, reunidos ao redor de Marc Bloch e Lucien Febvre que, desde 1929, vinham publicando uma revista (Annales d'histoire économique et sociale), que tinha por objetivo afastar a historiografia da sua dependência para com a política, como era o gosto da corrente positivista (ainda largamente hegemônica).

Michel de Montaigne

1533, Castelo de Montaigne, Dordonha, França
13/9/1592, Bordeaux, França

Michel Eyquem nasceu em dia não sabido no Castelo de Montaigne, de propriedade de seu pai, na Dordonha (França). Adotou o nome da propriedade ao herdá-la em 1568. Sua mãe descendia de judeus portugueses. Michel de Montaigne foi educado em latim e sempre dedicou interesse às letras, passando, porém, progressivamente, da poesia à história. Também se interessava pelos relatos de viagem e teve oportunidade de encontrar um índio sul-americano conduzido à Europa, que lhe inspiraria o magnífico capítulo 31 do Livro 1 dos seus "Ensaios": "Dos Canibais", onde demonstra com grande eficácia sua crítica dos preconceitos e do etnocentrismo (em plena época da guerra das religiões).

Conselheiro do Parlamento de Bordeaux de 1557 a 1570, Montaigne aí conheceu o poeta e pensador Étienne de La Boétie. Tornou-se seu amigo até a morte precoce de La Boétie, em 1563, aos 33 anos.

Em 1574, após a Noite de São Bartolomeu - massacre de protestantes por católicos em Paris - Montaigne fez no Parlamento de Bordeaux um discurso notável em prol da tolerância religiosa, e conclamando todos a evitar a violência e estabelecer a ordem pela força da palavra e das idéias.

Blaise Pascal

Blaise Pascal (1623-1662) nasceu em uma família de situação financeira estável: o pai era um rico mercador e membro da nobreza. Após a morte da mãe quando ele tinha três anos de idade, o pai resolveu cuidar de sua educação, contratando professores para ensiná-lo em casa. Decidiu também esconder os livros de geometria até o filho completar 15 anos de idade, para que ele se concentrasse em outros estudos. Entretanto, com 12 anos, Pascal começou a usar seu tempo livre para estudar geometria em segredo.

Em 1630, a família se mudou para Paris e, freqüentando reuniões científicas, Pascal impressionava com seus próprios estudos das seções cônicas. Em 1639, seu pai foi nomeado arrecadador de impostos da Alta Normandia. Para ajudar o pai em sua missão, Pascal construiu uma calculadora mecânica, a primeira do tipo, quando tinha 19 anos de idade.

Ele acreditava firmemente na condução de experimentos, em vez do uso exclusivo do raciocínio. Suas experiências mostraram que o líquido sobe em um barômetro devido à pressão do ar, e não por causa da tração do vácuo no topo do tubo. Por volta de 1648, ele já havia estabelecido o Princípio de Pascal: um fluido em um recipiente transmite uma pressão igual em todas as direções e atua em ângulos retos nas superfícies com que têm contato.

Marc Bloch

6 de junho de 1886, Lyon (França)
16 de junho de 1944, Saint-Didier-de-Formans (França)

Filho de Gustave Bloch (1848-1923), que foi professor de história na Sorbonne, Marc Bloch dirigiu, a partir de 1919, as conferências sobre Idade Média na Faculdade de Strasbourg. Em 1936 passou a lecionar história econômica na Sorbonne.

Durante a ocupação nazista, Marc Bloch entrou para a Resistência francesa e fez parte do comitê diretor do órgão Franc-tireur (Franco-atirador). Preso pelos nazistas, foi fuzilado perto de Lyon.


Ciência das sociedades humanasInteressado em questões econômicas e sociais, Marc Bloch funda, em 1929, com Lucien Febvre, os Annales d'Histoire Économique et Sociale(Anais de História Econômica e Social), de importante papel na difusão daqueles estudos.

Especialista em história medieval, Bloch distingue-se ainda como conhecedor da história das populações rurais. Durante cerca de dez anos, de 1929 a 1938, sua maior atividade concentra-se na divulgação dos Annales, que publica alguns de seus notáveis artigos, como "O problema do ouro na Idade Média" e "Aparecimento e conquista do moinho d'água".

Em seus artigos, talvez mais do que nos livros, Marc Bloch revela seu conceito de história. Duas expressões por ele amplamente usadas podem resumir esse conceito: "síntese" e "história comparada" (ou "comparativa"). Para ele é impossível a um historiador ignorar, por exemplo, os ensinamentos dos psicólogos, da mesma forma que estes não podem desconhecer os ensinamentos históricos.